segunda-feira, 25 de julho de 2011

JONAS

Por Vanessa Coutinho

                                                                




A HISTÓRIA DO PROFETA JONAS

            Deus disse ao profeta Jonas que fosse pregar em Nínive, cidade conhecida por sua maldade. Jonas achou que não deveria ir, e embarcou em um navio que zarpava para Társis, bem longe de onde Deus lhe mandara ir.
            Mas Deus lançou sobre o mar um vendaval tão intenso, que o navio estava a ponto de naufragar. Os marinheiros, em desespero, oravam por suas vidas, cada qual segundo sua crença. Jonas, enquanto isso, dormia profundamente no porão. O comandante o encontrou, e lhe disse que também orasse.
            Os homens lançaram a sorte, a fim de saber quem era o responsável pela situação em que se encontravam. Jonas foi apontado e questionado. Cientes de tudo, os marinheiros perguntaram a Jonas o que fazer, e ele disse que deveriam jogá-lo ao mar, o que foi feito.
            Após Jonas ser lançado, o mar se acalmou. E Deus enviou um grande peixe, que engoliu Jonas. Jonas permaneceu nas entranhas do peixe por três dias e três noites. E orou.
            Deus ordenou ao peixe que vomitasse Jonas sobre a terra firme.
            Mais uma vez Deus disse a Jonas que fosse pregar em Nínive, que agora estava bem mais perto do que no começo de sua jornada. E ele foi, e pregou dizendo que, se seus habitantes não cressem em Deus, a cidade sucumbiria em quarenta dias.
            Os homens creram, e jejuaram, inclusive o rei. E Deus não destruiu a cidade.

relação entre o livro de Jonas e os conceitos de “ego” e “self”

            No livro de Jonas, podemos identificar duas figuras principais: o profeta e Deus.
            Podemos identificar o profeta Jonas com o ego, e Deus com o self.
            Deus-self, sabe e indica o caminho que o Jonas-ego deveria seguir: na história em questão, pregar em Nínive. O ego, influenciado por fatores diversos, resolve afastar-se do que seria o seu “mito pessoal”.
            Enquanto dorme, uma tempestade ameaça o navio em que se encontra, mas ele não vê. Por vezes, o adoecimento psíquico apresenta os primeiros sinais, mas o sistema consciente nega, “adormece”, despreza. Então, o self não tem outra alternativa senão apresentar-se em sua plenitude. É a epifania de Deus, e Jonas é engolido por um grande peixe, e passa em seu ventre, que representa o contato com o inconsciente, três dias e três noites. Jonas, como todo herói, vai às profundezas em vida (katábasis) e, após perceber que apenas aceitando ser o que é, poderá retornar seu estado de saúde, ora, entra em relação com Deus, e é vomitado “de volta à vida” (anábasis).


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