quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sobre um dia vendo o sol nascer...

   Eram mais ou menos quatro e meia da manhã quando Luísa me acordou: "Mãe, não consigo mais dormir". Olhei pela janela, o céu ainda bem escuro. "O que eu faço?" - ela perguntou. "Feche os olhos que o sono vem". Cinco minutos mais tarde: "Mãe, o sono não veio, o que eu faço?". Lembrei de algumas amigas, que, passando dos 35 anos, sem filhos, começam a se questionar se desejam ser mães. Começam a pensar no que significa assumir a criação de uma criança e, consequentemente, não só nos ganhos, mas também nas perdas que terão (esse é o seu lado racional). Ao mesmo tempo, dentro delas alguma coisa se agita, trazendo sonhos, fantasias e imagens ligadas à maternidade.Lembrei também que havia ido deitar na noite anterior satisfeita por poder acordar um pouco mais tarde do que de costume, em função do cancelamento do meu primeiro compromisso da manhã. E lá estava eu, de olhos bem abertos antes mesmo do dia raiar. Não sei o que ocasionou esta insônia inesperada. Nunca havia acontecido e, até agora, não voltou a acontecer. Mas ficamos conversando bastante, contando histórias, falando sobre os mais diversos assuntos, com o cuidado de não acordar Sofia, até que Luísa declarou: "Mãe, não vou mais dormir. Já está 'clarescendo'. Vou ver o sol nascer". 
   Cheia de sono, os olhos ardendo, fui para a janela ver o sol nascer. Depois, tomar um banho e, vida que segue... Com toda a certeza do mundo de que ser mãe, para mim, valeu a pena. E muito!



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