segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

PARA MEU AMIGO YURY GANKO

A lista, de Oswaldo Montenegro

Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás.
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais.
Faça uma lista dos sonhos que tinha.
Quantos você desistiu de sonhar.
Quantos amores jurados prá sempre
Quantos você conseguiu preservar.
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos, ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você.
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia para sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

CALÚNIA E DIFAMAÇÃO

Dia desses, conheci uma criança vítima de calúnia e difamação. Uma criança de cinco anos. Sim, ela era a maior vítima de uma história de horror criada por adultos, vizinhos de sua casa. Esses vizinhos começaram a plantar pelos arredores que esta menina sofria abusos sexuais e maus tratos, sem que houvesse absolutamente nenhuma prova disto. O adulto acusado tomou suas providências, indo à polícia, disposto a passar por todos os exames necessários para demonstrar o absurdo da situação, mas, a maior vítima, afirmo, foi a menina de cinco anos, idade de minha filha Luísa. Uma menina alegre, confiante, feliz, amada, que não demonstrava em seu comportamento o menor indício de sofrer qualquer espécie de violência. Uma criança que pode vir a ficar com uma marca em seu psiquismo, pela irresponsabilidade de adultos que, alheios a tudo isso, podem dizer que tudo fizeram por amor à infância "desvalida", mesmo sem ter provas de que algo ilícito acontecia.
Claro que é impossível deixar de lembrar do caso da Escola Base, nos anos noventa, cujos donos e alguns funcionários foram acusados de pedofilia contra alunos de quatro anos. Os investigadores deixaram vazar a informação, a imprensa veiculou e... a escola foi depedrada, destruída, assim como a vida dos acusados. É fundamental ressaltar que na época e até hoje, NENHUMA PROVA jamais foi encontrada de que estas práticas de abuso realmente ocorressem. Nenhuma prova...
Fica aqui uma reflexão. O que pode uma palavra de horror, uma palavra de mentira, uma palavra de irresponsabilidade contra vidas que ficam aprisionadas em um enredo absurdo, onde as maiores vítimas são as crianças que, sozinhas, de nada podem se defender?
Fica aqui um apelo: que possamos ter o cuidado com aquilo que sai de nossas bocas, que pode ser veneno maior do que o que nelas entra.
Os acusados da Escola Base ao menos hoje entram na justiça contra o Estado e contra as poderosíssimas redes da rádio e televisão. Ganham, e devem mesmo ganhar, indenizações milionárias. E a família da menina de que falo nesta crônica da maldade? Talvez vejam seus algozes pagarem uma ou duas cestas básicas, e depois sairem ilesos pelas ruas onde, naturalmente, algumas das pessoas envenenadas por falsos testemunhos acreditarão no que ouviram. E uma criança feliz foi exposta em troco de absolutamente nada... Nenhuma prova...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

MANDALA

"A mandala, como círculo sagrado, símbolo de cura e totalidade foi usada desde os tempos antigos pelas tradições espirituais do mundo. No entanto o Ocidente descobriu recentemente que contemplar, desenhar e colorir mandalas ajuda a melhorar a sensação de fragmentação psíquica e espiritual, a manifestar a criatividade e nos conectar com o nosso Ser essencial. penetrar no mundo das mandalas é como iniciar uma viagem a nossa essência, permitindo-nos ver zonas e caminhos até agora desconhecidos, tornando possível que a sabedoria brote do nosso interior. Colorir mandalas ajuda à concentração e a encontrar a calma quando estamos dispersos. As mandalas são um método de cura para a alma e lhe ajudarão também a desconvbrir e potencializar sua criatividade, a superar a rotina, o estresse e a ganhar serenidade e confiança em si mesmo." - Rashe Baghera

domingo, 9 de janeiro de 2011

PSICOLOGIA E CINEMA

"O ninho vazio" de Daniel Burman. Real e imaginário se confundem neste filme argentino, que conta a angústia de um homem que vive a experiência de sua filha mais velha passar a noite com o namorado pela primeira vez.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

PARA NÓS, QUE SOMOS PROFESSORES III

"A necessidade que a criança tem de ser feliz,deveria ser o primeiro objetivo de todos os sitemas educacionais. E toda escola deveria ser julgada, não só pelos sucessos acadêmicos escolares, mas, principalmente, pelos rostos de seus alunos". (A. S. Neill)

                                                                

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

EU LI...

... na Ilustrada da Folha de São Paulo, um texto do Contardo Calligaris, chamado "A coerência é um valor moral?".  Para quem puder ler na íntegra, eu recomendo que o faça. Um trecho, para dar uma breve idéia: "Como muitos outros, se não como todo mundo, cresci pensando que não fazer concessões é uma coisa boa. Fui criado na idéia de que há valores não negociáveis e mais importantes do que a própria vida (dos outros e da gente). [...] Hoje estou mais para Kautsky do que para bolchevique; até porque descobri, desde então, que Mussolini se vangloriava gritando: 'Eu me quebro, mas não me dobro'. Ele se quebrou mesmo, enquanto eu me dobro e posso renegar idéias minhas que pareçam ser, de repente, inadequadas ao momento (dos outros, do mundo, do meu)".

domingo, 2 de janeiro de 2011

            EGO

 

          O ego é o centro do sistema consciente. Para ser consciente, qualquer  conteúdo psíquico precisa estar em contato com o ego. Apesar disso, seria falso afirmar que basta conhecer o ego para conhecer a si mesmo.
          “Uma criança vem ao mundo e não tem formada essa estrutura. Existe, a partir do nascimento, um elemento de organização perceptiva. Antes do final do primeiro ano de vida, a estrutura egóica relativamente montada já está atuando. Em contato com os fatores somáticos, assim denominados por Jung, como os estímulos perceptíveis ou subliminares, forma-se, aos poucos, um ‘sujeito’, que, a princípio, identifica-se somente com seu corpo.” (MEDNICOFF, 2008, p. 53)
          Já como sujeito e em contato com as demandas internas e externas, a criança continua a se desenvolver. As frustrações, oriundas da percepção da realidade, ajudam a formar “ilhotas de consciência”, que vão se unindo ao ego, que, segundo Jung, adquire sua plenitude entre os três e os quatro anos.
          “O ego é responsável por nossos sentimentos de identidade pessoal, manutenção da personalidade, continuidade além do tempo, mediação entre os campos conscientes e inconscientes e conhecimento e testes de realidade.” (MEDNICOFF, 2008, p. 53)

          Por ser o centro do sistema consciente, é o ego que administra as adaptações do sujeito ao meio. Por isso, podemos crer que ele seja o elemento central da psique. Porém, ele responde às necessidades de outro elemento que lhe é superior, o self, princípio ordenador da personalidade inteira.